sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Programação até 26 de fevereiro


Os filmes desta semana estão em cartaz de quarta a domingo nos seguintes horários:

Alguém Que Me Ame de Verdade - 16:00
De Diane Crespo e Stefan C. Schaefer
EUA, 2007.
Drama, 87 minutos.
Uma história de amizade entre uma judia ortodoxa e uma muçulmana que se conhecem numa escola do Brooklyn, onde ambas lecionam. Descobrem que apesar das diferentes culturas, têm muito em comum, inclusive a pressão familiar para quem cedam ao casamento arranjado.



Titãs - A vida até parece uma festa - 17:40
De Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves
Brasil, 2008.
Documentário, 100 minutos.
Os Titãs contam sua própria história. Em ritmo de aventura, com cenas inéditas da vida dentro e fora dos palcos, gravações de álbuns antológicos e de grandes sucessos desde os primórdios até hoje em dia, o filme conta com imagens captadas por eles e principalmente por Branco Mello, que em 1984 saiu gravando tudo que acontecia com o grupo naquele momento de explosão musical que foram os anos 80.



Curtas no Glória /Especial Samba - 19:30
Exibição gratuita de curtas metragens

Batuque na Cozinha
De Anna Azevedo, Brasil, 2004.
Documentário, 19 minutos.
O filme apresenta as "tias" Eunice, Doca e Surica – Pastoras da Velha Guarda da Portela, conhecidas e respeitadas no mundo do samba por comandar tradicionais rodas de fundo de quintal, eventos que remontam ao século 19, quando baianas da Praça XI, como Tia Ciata, abriam seus quintais para batucadas, umbigadas, capoeira e samba. "O samba nasceu e cresceu no quintal dessas tias", afirma Tia Eunice.

Moreira da Silva
De Ivan Cardoso, Brasil, 1973.
Documentário, 10 minutos.
Documentário musical focalizando a figura ímpar do compositor e cantor Antonio Moreira da Silva, o popular Kid Morangueira, o inventor do samba de breque, que aos 70 anos está em plena forma de terno de linho branco e chapéu panamá, interpretando seus antigos sucessos em locais-cenários freqüentados pela antiga malandragem como o Morro de São Carlos, o Hipódromo da Gávea, o Cinema íris, a gafieira Elite e outros que marcam a imagem do Rio de Janeiro como o Pão de Açúcar.

Jorjão
De Paulo Tiefenthaler, Brasil, 2005.
Documentário, 18 minutos.
Um perfil do diretor de bateria de escolas de samba, Mestre Jorjão. Ele fala da sua relação com os ritmistas, da sua criatividade na hora de criar as famosas \"Paradinhas\", da polêmica que causou ao introduzir uma batida funk na bateria da Unidos da Viradouro e de como começou na bateria da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. O filme traz fortes imagens da bateria da Mocidade evoluindo no desfile de carnaval na Avenida Marquês de Sapucaí sob comando do mestre e o depoimento da sua esposa que esperou vinte anos para se casar com ele.


A Lira do Delírio - 20:30
De Walter Lima Jr., Brasil, 1978.
Policial, 105 minutos.
Dois momentos na vida de um grupo de personagens cariocas. No bloco carnavalesco "A Lira do Delírio", eles vivem o êxtase e a violência. Fora do carnaval, cruzam-se num cabaré da Lapa. Ness Elliot, dançarina e taxi-girl, tem o seu bebê seqüestrado e cai nas malhas de Claudio, misto de malandro e homem de negócios. O repórter de polícia Pereio faz tudo para ajudá-la enquanto também investiga o atentado a fogo contra o homossexual Toni.

Lira do Delírio por Fabiano Canosa

Um dos grande filmes brasileiros que não tiveram a repercussão merecida. Bernardo Bertolucci o considerou o melhor filme nosso dos anos setenta. Mas o lançamento acanhado, prejudicado pela mudança de ventos na produção brasileira e na gestão da Embrafilme colocou esta jóia de filme nas prateleiras muito antes de as platéias terem a oportunidade de se amarrar na saga de Anecy Rocha (irmã de Glauber e atriz de Nelson Pereira, Walter Khoury e Walter Lima, com quem era casada) e os incríveis personagens que a rodeiam.

Existe um mistério nos filmes de Walter Lima: a gente sempre se pergunta com eles podem ter sido feitos tão independentemente (i.e. sem grana), tão respeitosos a uma tradição da linguagem cinematográfica que vem dos grande mestres e, ao mesmo tempo, tão inovadores, sacados, cheios de ironia e tensão. A LIRA é daqueles filmes que o tempo nao apaga e estou ansioso para constatar na semana da quaresma o quanto ele é precioso, um dos melhores do cineasta. Corra pra ver.

Cachorro Vira-Lata por Fabiano Canosa

É dispensavel consultar os astros para saber que SLUMDOG MILLIONAIRE é o grande vencedor dos "Oscars" nesta temporada que desprezou o DARK KNIGHT, seguramente o melhor filme hollywodiano de 2008.

Slumdog, que na tradução literal é Vira-Lata de Favela, faz lembrar a premiação de 1955, que deu a um agora obscuro MARTY vários oscars, inclusive os de Melhor Filme e Melhor Ator. Hollywood queria se exorcisar do MacCarthysmo e imortalizou o romance de um açougueiro nova-yorkino com uma professora sem glamour.

Desta vez é um filme indiano dirigido por um inglês. Com um toque de Bollywood, Cidade de Deus vira Mumbai (ex Bombaim). Este é o ano em que a vaca foi pro brejo e a turma que nadava em Cristalle caiu no Moet Chandon, contenção de despesas. É o ano dos vira-latas, o proprio Presidente Obama referiu-se a si proprio como um mutt (vira-lata). Aposto que Danny Boyle vai chegar em casa como Bernardo(Bertolucci) chegou de volta a Londres, depois do seu O ÚLTIMO IMPERADOR...

A revista que traz na capa o belo especime Brad Pitt de short esgotou em dois dias, mas o destruído mutt Mickey Rourke só perde este Oscar se os votantes da Academia tiverem fechado os olhos não apenas nas cenas de wrestling. Aliás, THE WRESTLER deveria tambem ter sido um dos cinco candidatos a melhor filme, mas a máquina de Harvey Weinstein, pós-Miramax, forçou a barra com THE READER, que faz a gente concordar que GOOD, do nosso Vicente Amorim, era bem melhor do que a gente pensava.

Tá certo, Merly Streep já foi apontada dezesseis vezes, levou dois, mas não existe nenhuma atriz na competição que chegue ao nível de sua freira em DOUBT. Ela realmente nos assegura de que sua participacao em MAMMA MIA foi só uma brincadeira (de mau gosto).

E,já que estamos falando de vira-latas, deixo aqui as palavras imortais de Alberto Ribeiro via Carmen Miranda:

Eu gosto muito de um cachorro vagabundo
Que anda sozinho no mundo
Sem coleira e sem patrão.
Gosto de cachorro de sarjeta
Que quando escuta a corneta
Sai atrás do batalhão

É o "sem lenço e sem documento" dos anos trinta. Cachorro Vira-Lata. Caetano sabe.