sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Programação até 19 de fevereiro


Os filmes desta semana estão em cartaz de quarta a domingo nos seguintes horários:

Andarilho – 16:30

De Cao Guimarães
Brasil, 2007.
Documentário, 80 minutos.
Entre Montes Claros e Pedra Azul, no nordeste de Minas Gerais, três andarilhos solitários percorrem trajetórias distintas, relacionando-se, cada um do seu jeito, com os elementos de um mundo onde tudo é transitório. Com trilha sonora de ‘O Grivo’, o filme faz uma relação entre o caminhar e o pensar, mostrando a vida como um lugar de mera passagem. Selecionado para a 64ª edição do Festival de Veneza.



Alguém Que Me Ame de Verdade - 18:30
De Diane Crespo e Stefan C. Schaefer
EUA, 2007.
Drama, 87 minutos.
Uma história de amizade entre uma judia ortodoxa e uma muçulmana que se conhecem numa escola do Brooklyn, onde ambas lecionam. Descobrem que apesar das diferentes culturas, têm muito em comum, inclusive a pressão familiar para quem cedam ao casamento arranjado.

Veja o trailer:http://www.youtube.com/watch?v=79VvdoCsPlo

Titãs - A vida até parece uma festa - 20:40
De Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves
Brasil, 2008.
Documentário, 100 minutos.
Os Titãs contam sua própria história. Em ritmo de aventura, com cenas inéditas da vida dentro e fora dos palcos, gravações de álbuns antológicos e de grandes sucessos desde os primórdios até hoje em dia, o filme conta com imagens captadas por eles e principalmente por Branco Mello, que em 1984 saiu gravando tudo que acontecia com o grupo naquele momento de explosão musical que foram os anos 80.



Curtas no Cine Glória
Exibição gratuita de curtas metragens premiados pelo Curtas FIRJAN 2008 nos horários de 18:00 e 20:10.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Carmen Miranda por Fabiano Canosa


Então, Carmen Miranda fez cem anos e os jornais se omitiram. Que belo jornalismo é exercido no Brasil pelos profissionais da classe, todos anestesiados pela globalização.

De Carmen, só o que se vê são fotos nas seções de estilo porque, no final das contas, ela continua lembrada por tropicalizar o vestuário, o chapéu, o sapato plataforma. Mas da Carmen cantora, aquela que colocou na proa da MPB da época Dorival Caymmi, Noel Rosa, Assis Valente, Ary Barroso, aquela que todo compositor sonhava em ser por ela gravado, dessa, a galera faz que nem ouve.

Qualquer pessoa que conhece um pouco de música brasileira sabe cantarolar Tahí, O Que é Que a Baiana Tem, Cantoras do Rádio, tanta musica gostosa, que faz bem às cordas vocais. Pois é, duvido muito que tenha alguma estação de rádio que tenha dedicado uma mera horinha a tocar Carmen no dia do centenário de seu nascimento. Fica aqui registrado mais um símbolo da indiferença com que os atuais animadores culturais informam o público de efemérides (o que quer dizer?) memoráveis.

Seguramente alguma notícia sairá de que houve ontem uma reunião no Museu Carmen Miranda. Ontem. É curiosa a relação que o brasileiro tem com o passado, uma quase-negação (este hífen esta correto?) à enorme contibuição que seus predecessores deram a sua própria identidade. Não existisse Carmen que, gracas ao bom Deus, foi importada de Portugal para se tornar a maior intérprete da música brasileira no Brasil e no exterior, e muito de nosso inconsicente continuaria embrionário.

Carmen, junto aos compositores de sua preferência, trouxe à musica popular de seu tempo tudo que as Rita Lee/ Bethania/Gal/Maria Rita/Marisa Monte/ Ivete Sangalo/Caetano/Gil trazem hoje em provocação e alegria de viver. Carmen fez a cabeça deles todos, sem mass media marketing, com as bolachas em 78 rotações, que rolavam como pão quente, mais de trezentas gravações em apenas uma década.

Carmen não é recordação, Carmen é presença eterna no nosso bordel latino-americano. Ela diz-que-tem um irredimível amor pelos seus balangandans, os vatapas e carurus da nossa cozinha, os mulatos de qualidade que a gente vê por aí. Retrato do Brasil vaidoso, guloso e mestiço.