sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Programação até 12 de fevereiro


Os filmes desta semana estão em cartaz de quarta a domingo nos seguintes horários:

Lemon Tree - 16: 30
De :Eran Riklis.
Alemanha/França/Israel, 2008.
Drama, 106 minutos.
Salma, uma viúva palestina, vê sua plantação ser ameaçada quando seu novo vizinho, o Ministro de Defesa de Israel, se muda para a casa ao lado. A Força de Segurança Israelense logo declara que os limoeiros de Salma colocam em risco a segurança do Ministro, e, por isso, precisam ser derrubados. Junto com o jovem advogado Ziad Daud, Salma resolve levar o caso à Suprema Corte de Israel e tentar salvar sua plantação. Sua determinação faz brotar o interesse de sua vizinha Mira Navon, esposa do Ministro, que é mantida isolada em sua nova casa e em sua vida infeliz. Apesar de suas diferenças, as duas desenvolvem um forte laço.

Veja o trailler: http://www.youtube.com/watch?v=YIoowHIpUT0
Na mídia: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/default.asp?palavra=lemon%20tree http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/08/06/asterix_richard_gere_filme_israelense_ze_do_caixao_muito_mais_nas_estreias_da_semana-547598945.asp

Andarilho – 18:40
De Cao Guimarães
Brasil, 2007.
Documentário, 80 minutos.
Entre Montes Claros e Pedra Azul, no nordeste de Minas Gerais, três andarilhos solitários percorrem trajetórias distintas, relacionando-se, cada um do seu jeito, com os elementos de um mundo onde tudo é transitório. Com trilha sonora de ‘O Grivo’, o filme faz uma relação entre o caminhar e o pensar, mostrando a vida como um lugar de mera passagem. Selecionado para a 64ª edição do Festival de Veneza.

Veja o trailer: http://videolog.uol.com.br/video.php?id=365945

Titãs - A vida até parece uma festa - 20:30
De Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves
Brasil, 2008.
Documentário, 100 minutos.
Os Titãs contam sua própria história. Em ritmo de aventura, com cenas inéditas da vida dentro e fora dos palcos, gravações de álbuns antológicos e de grandes sucessos desde os primórdios até hoje em dia, o filme conta com imagens captadas por eles e principalmente por Branco Mello, que em 1984 saiu gravando tudo que acontecia com o grupo naquele momento de explosão musical que foram os anos 80.

Veja o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=pZ5yR3BqbwM

Curtas no Cine Glória Exibição gratuita de curtas metragens premiados pelo Curtas FIRJAN 2008 nos horários de 18:20 e 20:10.

Antonio Moniz Vianna por Fabiano Canosa

Fico sabendo que morreu semana passada Antonio Moniz Vianna. Moniz foi um dos maiores críticos de cinema que o Brasil já teve. Articulado, profundo conhecedor do cinema de Hollywood, ele formou centenas de cinéfilos com seus comentários e suas opiniões sobre os caminhos do cinema internacional, motivando uns, provocando outros, mas expondo suas teorias com a convicção de um born again missionário.

Nunca o cinema clássico foi tão bem servido como nas suas copiosas contribuições para o "Correio da Manhã", onde o leitor podia encontrar as mais apaixonadas defesas das obras-primas de John Ford, Hitchcock, Kubrick, Griffith e Stroheim. Sua participação na vida cultural do Rio nos anos cinqüenta foi inestimável: muitas vezes ele recomendava filmes fora dos grandes circuitos, escondidos pelas distribuidoras, como que envergonhadas de seus próprios lançamentos.

Na época, os dois maiores críticos eram Moniz e Alex Viany (um Fla x Flu, Marlene x Emilinha). Era um confronto sério, mortal, que não dava lugar a prisioneiros. Porque Moniz pertencia a uma direita que não existe mais: inteligente, perspicaz, de um humor ácido, bem parecido com Nelson Rodrigues, trocando a "vida como ela é" pela "vida como o cinema é". Havia ate uma certa ingenuidade em seus afetos e desafetos, mas ele era apaixonado e convincente, e isso nos possibilitava dar outra leitura ao filme que ele recomendava.

Sua aversão ao Cinema Novo foi seu maior pecado: ele não viu naquele cinema forte, empolgado e politizado, o início de uma tradição, que nos seus ramos retorcidos e seu fluxo vertical, uma mata sul-atlântica se formava. (Paradoxalmente, ele gostou de "Deus e o Diabo"). É sempre conveniente falar bem dos mortos, mas tal honra-seja-feita não é a minha praia. Moniz foi nefasto quando trocou seu amor pelo cinema pela burocracia das agências de cinema que queriam controlar a explosão do Cinema Novo. Sifu.

No entanto, ele conseguiu realizar o primeiro Festival Internacional de Cinema do Rio (em 65) e seu irrestrito apoio a retrospectivas dos cinemas americano, francês e italiano no Museu de Arte Moderna do Rio em 1958/60 são marcos na cultura cinematográfica da cidade.

A Moniz o que é de Moniz: um louco-por-cinema cuja dedicação à critica cinematográfica foi um Zenith na curva descendente a que estamos acostumados hoje em dia.

Um PS pra galera: eu era da turma do Alex.