sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Lemon Tree por Fabiano Canosa

Lemon Tree é daqueles filmes que colocam na tela, de maneira singela e objetiva, o pavor que vizinhos podem experimentar quando a irracionalidade das políticas oficiais e da opressão de um povo sobre outro levam seres humanos a se encurralarem em seus próprios domínios e transformarem seu caos individual em uma cruzada.

A lição que o filme traz é que a guerra e o elemento que decide as relações entre civis e as noções de civlidade e humanidade são obliteradas pela suspeita e o rancor. A mensagem do filme é clara: tudo que se passa naquela região sofrida e a lástima das escaramuças reciprocas que afligem a Cisjordânia e a Faixa de Gaza é resultado de uma política falida, que somente será superada pela natural tendência do ser humano de viver em harmonia. Enquanto isso nao acontece, as facções sancionadas pelos poderes locais continuarão a se engalfinhar como matilhas.

Mas Lemon Tree não é pacifista nem uma conclamação à espiral de violência endemica naquela região tão conturbada: um dia ela vai virar um imenso limoeiro e os vizinhos co-existirão em harmonia e respeito às diferenças étnicas e religiosas.

Nesta semanas em que as primeiras páginas estão cobertas de sangue e dor irreparável, Lemon Tree é o filme mais sensato deste verão de 2009, em que tantas esperanças de menos belicosidade vindas de Washington e de acordos justos e efetivos para o Oriente Medio refletem um desejo universal que supere todas as falências e os tsunamis econômicos. Lemon Tree é o Nobel do ano no cinema.


Lemon Tree está em cartaz no Cine Glória de quarta a domingo às 16:30h

Ingressos a R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 meia entrada.

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